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Abstract(s)
Desde meados do século passado até finais da sua década de 70, o tratamento da
disfunção temporomandibular (DTM) baseava-se numa prática mecanicista centrada na
oclusão. Esta prática sustentava-se, muitas vezes, em suposições e convicções que nada
têm a ver com a prática médica baseada na evidência, tal como se concebe na
actualidade. Curiosamente, esta forma de entender a DTM manteve-se mesmo depois de
se ter demonstrado de forma inequívoca que não se pode estabelecer uma relação causaefeito
entre DTM e os problemas oclusais. Esta visão teve consequências desagradáveis
para os doentes, algumas delas graves, resultante de sobrediagnóstico e sobretratamento.
Além disso, tal contribuiu para transformar a gnatologia numa pseudociência.
Os anos noventa do século vinte foram de reflexão, foram criados os critérios de
diagnóstico para pesquisa em DTM (RDC/TMD) e lançadas as bases dos pressupostos
em que se baseia a DTM na actualidade.
Com este trabalho de revisão pretendeu-se dar uma retrospectiva profunda e
epistemológica da DTM, tendo em conta o conhecimento actual sobre este tema, não só
no que respeita às causas e ao diagnóstico, mas também no que diz respeito ao
tratamento.
Description
Keywords
Disfunção da Articulação Temporomandibular
Citation
Rev Assoc Méd Estomatol Port. 2012;14: 4 - 7